E agora, José?
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"E agora, José? A festa
acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou." Os clássicos versos
de Carlos Drummond de Andrade são perfeitos para resumir o sentimento de quem
acompanhou a trilogia de Christopher Nolan e agora tem que aceitar o seu
término.
Por um lado você estava super ansioso para chegar logo o dia da estreia, por
outro, batia aquele sentimento que tudo estava acabando. Pois é, acabou. Não
sei se serve de consolo mas a boa noticia é que acabou do jeito que você
imaginou. De maneira espetacular. (É.. não serve de consolo. Eu sei. Vou
continuar chorando aqui no meu canto com minha camisa do Coringa e abraçado com
meus DVDs ) O filme começa trazendo as mesmas mensagens de inspiração e
heroísmo do anterior. Afastado da ação após os acontecimentos de O Cavaleiro das Trevas, Bruce
Wayne assiste o dia a dia de Gotham através de sua janela, não participando nem
mesmo das festas realizadas no seu jardim. Ele é o herói que a cidade merece,
mas não o que ela precisa nesse momento, como destaca bem o comissário Gordon (Gary
Oldman) no longa anterior. Debaixo dos olhos do Morcego e dos políticos locais,
a cidade acabou assistindo o surgimento de Bane, um misterioso e brutal vilão,
que acaba levando Bruce a vestir sua vestimenta novamente. Sei que depois do
filme Batman & Robin, de Joel Schumacher, você deve ter ficado meio traumatizado com o Bane, mas
fique tranquilo. (In Nolan we trust) Esse vilão passa longe daquele mudo
capacho da Hera Venenosa que você viu. Tom Hardy cria um
antagonista impressionante, com foco no seu trabalho de voz e na sua força
física. Brilha nos dois quesitos. (E parem de tentar compará-lo com o Coringa
de Ledger, é uma injustiça. São trabalhos totalmente diferentes.) Outro novo
personagem desse filme e talvez um dos mais importantes é a famosa gatuna
Selina Kyle, a Mulher-Gato (Anne Hathaway).
Talvez não chame tanta atenção quanto aquele “Miau” da Michelle
Pfeiffer em Batman - O Retorno, mas isso tem um lado bom. Não é tão
extravagante e cai como uma luva na visão do cineasta de criar um mundo mais
próximo da realidade. (Coisa que fez com maestria desde Batman Begins) Aliás,
um dos pontos fortes do longa é a escolha do elenco. Todos
encontram-se em total sintonia. Michael Caine volta com
seu Alfred espetacular, Morgan Freeman seguro com seu Fox e ainda temos Cotillard
se saindo bem como Miranda Tate e Gordon-Levitt, que parece já estar na
franquia a anos, com o policial John Blake. O número de personagens novos é
grande, mas Nolan não comete o mesmo erro de Sam Raimi em Homem-Aranha 3. Em
poucos minutos de projeção já somos apresentados a todos eles. Tudo isso ocorre
num ritmo impressionante e com uma qualidade merecedora de aplausos. Nenhum
desses papéis são prejudicados pela pressa, todos são introduzidos com
brilhantismo. Aí, colabora com o cineasta o fato de sua obra contar com 2h44 de
duração. Por sinal, os 164 minutos passam tão tranquilamente que ficamos com um
gostinho de que poderia ser ainda mais longo. (Eu toparia fácil um longa no estilo
Sr. dos Anéis com mais de 3 horas.)
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Falando Sério ...
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Não tenho palavras pra definir o filme, procuro adjetivos
mas nenhum deles é grandioso o suficiente.
Um destaque especial para o som e a qualidade nas
imagens. Se puder, veja num cinema em IMAX. É uma experiência que você jamais
esquecerá. A trilha sonora composta por Hans Zimmer é um show a parte. Como já era de se
esperar dele. Ele sabe como poucos o momento certo de aumentar o som nas cenas
de ação e de cortar totalmente o volume nas cenas mais dramáticas.
É triste que tenha acabado, mas acabou com maestria, de
um jeito que só Chris Nolan conseguiria.
Assim, resta aceitar que Batman
- O Cavaleiro das Trevas Ressurge é eletrizante e épico,
contando com inúmeras cenas antológicas e diálogos de tirar o fôlego. Voltando
ao poema de Drummond, é certo que a festa acabou, mas as memórias que ficam é
que ela foi extraordinária. Além do que, esse tipo de "festa
audiovisual" oferece a oportunidade de ser revivida, então fica o consolo
de que poderemos, sempre que bater uma saudade, rever os filmes.
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Curiosidades ...
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Encostou na parede: Ou ele, ou eu!
.Christian Bale impôs uma condição única para reviver Bruce Wayne / Batman, que era a inexistência do personagem Robin na trama. A proposta foi aceita porque o próprio Nolan concordou que a presença do menino prodígio tiraria desejado tom mais sombrio.
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3D ? Tô fora!
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Apesar da forte pressão comercial para que fizesse o filme em 3D, o
diretor informou ao mercado, em outubro de 2010, que não faria uso da
tecnologia.
Por outro lado, o cineasta e o diretor de fotografia Wally Pfister, seu
parceiro em vários títulos, sempre mostraram interesse por rodar o filme
totalmente com o formato IMAX.
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IMAX ? Tô dentro!
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Nada de participação afetiva
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Em dezembro de 2010, circularam boatos de que o falecido ator Heath Ledger teria uma participação afetiva em Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge, mas a informação foi negada pelo próprio diretor.
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Caso perdido para umas
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Os nomes de Kate Winslet, Naomi Watts, Rachel Weisz e Marion Cotillard foram cogitados para viver um interesse amoroso de Bruce Wayne. Cotillard foi a vencedora.
Em janeiro de 2011, Anne Hathaway foi confirmada como Mulher-Gato, superando Jessica Biel e Kate Mara na seleção final.
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Quero ser a Mulher-Gato
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O fim de uma era
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Em março de 2011, o presidente da Warner Bros., Jeff Robinov, anunciou
interesse em finalizar essa fase do personagem neste filme. A ideia,
segundo ele, será relançar o homem morcego mais jovem nas próximas
produções, como já fazem com o Homem-Aranha.
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